ENTENDENDO O FILME PELO ROTEIRO

Estrutura em atos e pontos de virada

Sendo assim, um dos teóricos da área, Syd Field, no seu livro O Manual do Roteiro explica o que ele observou durante seu trabalho lendo roteiros e analisando-os. Ele observou uma forma, não uma fórmula. Pois nunca foi pré-definida, tão pouco é uma regra. Mas a maioria dos roteiros e histórias seguiam uma estrutura clássica. Isso não quer dizer que é necessário segui-la ao pé da letra, mas para ser roteirista, é de suma importância conhece-la para poder escolher quebrá-la.



Assim, temos os filmes divididos em três atos e dois pontos de virada, interligando os atos, ele é qualquer incidente ou acontecimento que engancha na ação e a reverte noutra direção.

Estrutura é o que sustenta a história no lugar. É o relacionamento entre essas partes que unifica o roteiro, o todo.”(Syd Field)



Com isso, o primeiro ato de Toy Story consiste na apresentação dos brinquedos de Andy e sua relação com eles, sendo o Woody o seu preferido. No entanto, chega o aniversário de Andy e novos brinquedos estão por vir, o clímax do primeiro ato, o medo dos brinquedos em serem substituídos e Woody confiante de que tudo continuará igual. Até ele perceber que quem mais sofrerá com isso, será ele mesmo, com a chegada do novo brinquedo “moderno”, Buzz Lightyear. Sendo esse o primeiro ponto de virada, Woody não esperava por isso, nossa curiosidade aguça para saber como ele lidará com esse novo colega.
Já no segundo ato dessa animação, temos Woody confrontando Buzz, pois esse acredita ser um verdadeiro astronauta, não um brinquedo. E nesse confronto, Buzz cai da janela do quarto de Andy, deixando para Woody a possibilidade de ir no lugar dele com o menino para o Pizza Planet. E desse ponto até o momento que Buzz e Woody vão parar nas mãos do vizinho mal, Sid, que maltrata seus brinquedos, temos parte do segundo ato, que costuma ser o mais longo da história. E o seu ponto de virada (o segundo da narrativa), ocorre quando Woody se rende e se alia com Buzz para que eles se livrem da situação em que se encontram na casa de Sid. Quando imaginaríamos que eles se dariam bem? Não só Woody se rende, mas Buzz tem um choque de realidade, ele realmente é um brinquedo e não pode voar... Com isso, nasce uma amizade!



E, por fim, temos o terceiro e último ato. Temos dois clímax até o desfecho do filme. O primeiro seria os dois enfrentando Sid para fugir, finalmente, num plano que arquitetaram juntos. E o segundo, a efetiva volta para a casa de Andy, que teriam de descobrir como fazê-lo. Então, temos o fim do terceiro ato com o arco dessas duas personagens principais, sendo que ambas voltam com um aprendizado, sendo agora melhores amigos, os brinquedos de Andy e podendo lidar melhor com os futuros novos amigos (agora no natal).

Todo drama é conflito. Sem conflito não há personagem; sem personagem, não há ação; sem ação, não há história; e sem história, não há roteiro.”(Syd Field)

         E é assim, chegamos ao fim dessa série de posts sobre um assunto que, agora, posso concluir ser muito explorável. Mas espero que eu tenha conseguido passar um pouco sobre essa área que gosto muito e que contribua um pouco para as suas próximas experiências com filmes, pois conhecer cada vez mais sobre a sétima arte, nos ajuda a compreender suas diversas expressões. E ela não tem limites, como qualquer arte!       
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Até a próxima olhada!
        
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