#ÓCULOSPERDIDOS: Tudo e Todas as Coisas (2017)


 "Querida Mãe, eu sei que permanecer nessa casa me mantém viva, mas isso não é viver. Eu quero experiencer tudo... Tudo!" -Maddy

Fofo na medida certa, ainda que tenha me enganado no começo, quase me convencendo de uma possível distopia que se tranformou num romance adolescente. A adaptação do livro da autora Nicola Yoon pela diretora Stella Meghie, conta a história de Maddy (Amanda Stenberg), uma garota que desde pequena foi diagnosticada com a Síndrome da Imunodeficiência Combinada, de modo que enclausurar-se dentro de uma casa moderna de vidro e de alta classe e tecnologia seja sua saída para evitar morrer, não tendo contado com os vírus e bactérias do mundo exterior à sua casa super protegida.







Parece muito improvável sobreviver nas condições de Madeline em ter de fazer tudo dentro de casa, se relacionar com pessoas nas mesmas condições que ela pela internet, ler muitos livros, escrever seu blog, estudar arquitetura online e tendo como amigas a enfermeira e a filha da enfermeira. Além de, claro, receber visitas de sua mãe, também médica, para ajudar em tudo.







Seu desejo de viver uma vida fora da sua casa, se ilude com locais diferentes que constrói em suas maquetes e o desejo de conhecer o mar, sempre sonhando com ele. E, então, como em todo filme desse gênero, surge alguém. Alguém por quem ela se apaixona, estranhamente nunca tivera algum vizinho tão interessante, nos 18 anos que estivera presa, quanto Olly (Nick Robinson), que não deixa de ser charmoso. Ele poderia ser qualquer um que não a veria de longe, já que ela nunca poderia sair para ir falar com ele. Eis que surge um resquício de um clipe antigo da Taylor Swift (You Belong With Me), chance para eles se comunicarem, sendo a janela do quarto de um de frente para o do outro.





Não foi  sempre que eles se comunicaram por cartazes e acenos, a tecnologia os acode, assim, temos cenas deliciosas em que Maddy e Olly conversam como se fosse ao vivo, quando estão se falando por mensagem, em cenários das maquetes dela (em um deles aparece a inspiração mais usada no cinema: o quadro Nighthawks, de Edward Hopper) e tendo o enigmático astronauta, que a representa na realização dos sonhos dela que exigem estar fora de sua casa. A proximidade dos dois trará para Maddy a vontade de realizar o que mais almeja, conhecer a praia, o mar. Um desafio, já que qualquer contato, até mesmo com Olly, lhe causaria uma previsível morte. Achei que ela poderia se revoltar, explodir a qualquer momento ou ser dramática, torci muito para isso, mas ela deixou uma carta para mãe e fez o que queria.


Nighthawks de Edward Hopper





a cena inspirada no quadro acima
Amandla Stenberg carrega uma simpatia e certa leveza, ainda que não tenha transmitido muito a agonia ou momentos mais fortes de sua personagem, mantendo o filme num todo um tanto linear, tirando as cenas românticas que me pareceram muito singelas e agradáveis. Ainda assim, achei a atriz ideal para Maddy, que também não se revoltou em momento algum. Nick Robinson trouxe o ar de mistério de seu personagem que representa a aventura necessária para a vida dela, ainda que muitos questionem o cabelo longo dele no filme quando era careca no livro. O que é de menos, pois a falta de profundidade em Olly me deixou levemente confusa quanto ao sua história de vida para entender o que faria ao se relacionar com Maddy. Não li ao livro, então admito que dificulta um pouco entender se ocorre o mesmo. 

A estranha relação entre mãe e filha é tratada com certo desprezo, como se manipular a vida de alguém por egoísmo fosse tudo bem. Dando a atriz no papel de mãe o papel da mãe sem argumentos e que espera da filha o simples cumprir, mesmo que não tenha sentido o que ela pede. 



Ainda que eu não tivesse certeza do que esperar do plot twist, na minha opinião, foi ele que segurou a história, pois todo o resto parece meio raso e ok, que te mantém assistindo para entender até onde vai a trama da personagem. Um filme muito bom para se distrair e ficar apaixonado pelo estilo e cores da roupa, principalmente da personagem principal que usa bastante amarelo (e fica lindo nela), o possível casal para torcer e se surpreender com a reviravolta.

OBS.: o trailer, na minha opinião, evidencia muitas cenas que tiram a expectativa da audiência (eu não vi antes de assistir ao filme, vendo agora, consideraria spoiler)









E você, já assistiu a Tudo e Todas as Coisas? Nos conte nos comentários o que achou do filme ou do livro, estamos por aqui e na página do facebook.

Até a próxima olhada!


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