ESPECIAL DE NATAL: CARTÃO DE NATAL (Original Netflix)

O natal já está aqui todo ao meu redor, tanto é que minha lista de filmes que adicionei, recentemente, têm se resumido a isso. E eu estou adorando!



          
            Por isso, fui assistir, de curiosa, à Cartão de Natal (Ernie Barbarash), Original da Netflix que saiu esses dias, mais um daqueles romances em que tudo parece um imprevisto quando não é mais, ainda que não fossem clichês gritantes, mas o suficiente para não te recomendar a ir para o filme esperando um fim surpreendente. Ainda assim, gostei do contexto diferenciado que vou explicar ao longo do texto.



O filme conta sobre a festeira, sem constar milionária, Ellen Langdon (Eliza Taylor), herdeira da maior loja de presentes em Nova Iorque que se encontra na dificuldade de mostrar a seu pai (Neil Crone) que ela é capaz de liderar a empresa e deixá-lo se aposentar. Ainda relutante em aceitar e dar credibilidade para ela, que a cada festa de caridade arranja uma notícia nova nos sites de fofoca para falarem mal da futura herdeira (sinto que Netflix está muito dinástica, ultimamente...). Porém, é aí que vem a temática natalina, ele vê que sua filha tem que rever conceitos e valores, conhecer melhor a empresa e onde esta cresceu. Por isso, ele a envia para a pequena cidade de Snow Falls como uma cidadã “comum” e sem o glam de ser filha dele, para algo que vem como tarefa disfarçada de lição de moral para sua filha, entregar a tradição de natal da empresa, cartas para o tio Zeke (Anthony Sherwood), o parceiro da criação da loja do Sr. Langdon.



Como um todo, o longa é bom de assistir e é bem produzido, prendendo minha atenção do começo ao fim, sempre ansiosa para saber no que ia dar, pois eu não queria acreditar nos clichês. Todo o desenvolvimento conseguiu me enlaçar em coisas que eu suspeitava, porém não acreditava que poderia rolar. A forma com que a personagem principal cresce, desde a moça que não pertence a lugar nenhum, a não ser nas manchetes que a tratam mal, até a que, depois de conhecer a dedicação, as tradições e o participar de algo comunitário e ajudando ao próximo, sentir que pertence a algo. Apesar de alguns quesitos, ter abordado algumas coisas na superfície.  


        Uma característica positiva do filme, é o desenrolar dos demais personagens, pois não cospem na sua cara quais são as características e os trejeitos deles, ainda daqueles que ela já conhecia (como seu pai e seu noivo). Vemos o desenho do pai dela no começo do filme, aos poucos, de alguém sagaz e que sabe cuidar bem da filha que tem. Enquanto seu noivo, o Gray (Michael Xavier), ainda que nos primeiros minutos vemos ele, claramente e como quase todo ser da geração atual, antenado nas mensagens e redes sociais no seu celular, como se mais nada importasse. Mesmo que dê para perceber isso de cara, ele não leva isso como todo mundo, ele realmente é egoísta e, mesmo que Ellen não reconheça quando fala, não se importa muito com sua noiva. O casal bem perto da futilidade, apesar do filme não esclarecer o que uniu e os mantinha unidos, parecendo mais um motivo qualquer para mostrar as futuras desamarras da personagem que estava prestes a amadurecer.
Já os demais personagens de Snow Falls trouxeram o brilho do natal no exato momento em que Ellie chegou na cidadezinha, me fazendo acreditar que a todo momento o coração dela sentia um quentinho e aos poucos querendo fugir da correria de Nova Iorque e, sem perceber, cair na lição que seu pai queria que aprendesse, mesmo que ela não soubesse direito o que era. Ela não tinha muito escolha, também, estava presa lá, com cem dólares e esperando o tio Zeke, que não parecia querer voltar nunca (um ótimo pretexto).

[COMEÇO DO SPOILER...]

Eu jurava que de alguma forma o Jake (Jake Lacy, muita coincidência, não?) não serviria muito para a narrativa, pois consegui comprar, no começo, o casal Gray e Ellen, achando que eles se dariam bem no final, já que ele se mostrava, ainda que relutante, bem passivo na decisão dela de seguir as ordens do pai. Pensava que o casal poderia amadurecer juntos, de alguma forma. Porém, a história foi se desenrolando e tudo caminhava para um tom romântico entre Jake (que não sabia quem ela, realmente, era) e Ellie. O típico dos opostos se atraem e dão muito mais certos.


Incluindo aqui as jogadas sutis de características das personagens, percebi, estranhamente, que do nada Jake era artista e sem nenhuma dica ao longo da história. Foi muito mais uma surpresa do que uma sutileza. Enfim, não é o que dá importância no decorrer.

Além do tio Zeke que a manteve lá por tempo indeterminado para cumprir a entrega o Sr. Langdon pediu; tia de Jake, Debbie (Andie MacDowell), que conseguiu guiar o caminho de Ellie até seu sobrinho, os empurrando aos poucos e, de novo, a famosa sutileza. Ela entende de tudo pois já namorou o pai de Ellie antes dele casar e foi a única a perceber que, na verdade, não era Ellie London (como a herdeira tinha inventado para dispersar os tratamentos diferenciados), mas Ellen Langdon. E, então, de forma quase imperceptível, ela manteve a garota perto das condições necessárias para realizar as desamarras. Enquanto Jake a guiou pelo caminho sem intenção alguma. Para, então, Ellen tomar decisões sozinhas (com as palavras de seu pai em mente, também) tanto para ajudar a si com o dinheiro e a confiança do Sr. Langdon, quanto para ajudar a Jake e a cidade em geral (principalmente na cena da tempestade que notamos uma Ellie bem diferente e o verdadeiro espírito que devia haver na humanidade, não só no natal, de acolher e ajudar ao próximo).



Enfim, ainda que ela tenha se desamarrado de Gray que passou a parecer muito mais focado em si, ela terminar o filme com outro par romântico, ainda mais quando foi clichê e eu (particularmente) não acreditava no casal, enfraqueceu um pouco o enredo, completando seu fator da obviedade.

[FIM DO SPOILER!]



          O filme gravado em North Bay, Ontario, Canadá, e com espuma para barbear em lugar de neve (sim, estava fora da época de neve), pode muito agradar aqueles que curtem histórias comuns e um tanto previsíveis. Porém, ainda assim, não tem um espacinho nos clássicos de natal que dão vontade de assistir novamente toda vez que chegamos nessa época do ano. Ainda assim, consegue te manter envolvido e com momentos bons ao longo da narrativa e típicos de romance e sessão da tarde. 
Vale a pena conhecer a história!
Caso tenha assistido o filme (ou quando assistir), comente a sua opinião, o que achou e se gostou ou não. Quero muito saber!
Um feliz Natal para todos vocês! Infelizmente, esse é o último “óculos natalinos” de 2017, mas ano que vem voltamos mais com Especial de Natal e muitos outros especiais. Espero que tenham gostado do post e nos vemos na próxima olhada!




Queria creditar quem fez essa arte,
mas não achei nas minhas pesquisas :(
Avisem se souberem!!





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