EXTRAORDINÁRIO (2017)
"Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo." — Auggie
Cheio
de referências muito divertidas a Star Wars (George Lucas), com aparições de
Cheewie e outras que aliviam as situações sofridas pela personagem principal. Então, sim, muito tempo depois de ter lido o livro (já nem lembro mais, mas com
certeza não era fã de Star Wars, ainda), fui assistir ao filme nos cinemas!
R. J. Palacio, autora do livro, consegue transparecer a história com naturalidade e transmitindo a empatia que necessita, ainda mais quando sua inspiração para escrevê-la caiu justamente na própria experiência que foi levada para a mãe da personagem Jack Will. Ela queria mudar a visão e reação da sociedade quanto a pessoas que tem alguma diferença na aparência, como Auggie (o personagem principal do seu romance), ou o garoto, sua inspiração para obra, que ela viu na sorveteria e fez seu filho chorar. Não preciso dizer que é um livro para a vida!
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Jacob Tremblay e R. J. Palacio |
E a impecável “transposição” do livro para o filme, superou qualquer expectativa de quem já havia lido antes de ir assistir. Stephen Chbosky (sim, também escritor e diretor de As Vantagens de Ser Invisível) fez o trabalho de roteirista e diretor, e sem mudanças radicais como no outro trabalho que fizera de livro para filme, dirigindo-o de personagens já tridimensionais, construídos pela autora, para uma realidade ainda maior, já que infelizmente nem todo mundo gosta de ler...
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Stephen Chbosky |
Sobre a história envolvente
August Pullman (Jacob Tremblay), um garoto de 10 anos (com sua leve inocência e maturidade) nasceu com uma desordem genética, a Síndrome de Treacher Collins, lhe trazendo características diferenciadas na face. Depois de muitas cirurgias e muitos anos estudando em casa com sua mãe, Isabel (Julia Roberts), como sua professora, esta decide coloca-lo numa escola comum de ensino fundamental para ingressar no quinto ano e ter a experiência dos demais garotos de sua idade. Além do medo de começar a escola sem conhecer ninguém, Auggie se torna mais vulnerável por sofrer com a sua aparência que lhe trouxe muitas reações ruins das pessoas que já conheceu até hoje, deixando-o com medo de arriscar, ainda que não fraqueje tanto.
E a trama tem seu marco principal devido os diversos pontos de vista que enriquecem a história, pois vemos como cada um leva a vida e como Auggie, muitas vezes referido por sua irmã mais velha, Via (Izabela Vidovic), como o centro do universo da família, interfere nelas. Como Via ama seu irmão, mesmo que ele tome toda a atenção de seus pais, além de tentar lidar com sua nova fase de modo mais independente, sempre evitando trazer mais preocupações para eles. Além dos pontos de vista de Jack Will (Noah Jupe) e Miranda (Danielle Rose Russell), que nos faz conhecer, ainda que levemente superficial no filme, a história de cada um e como passam a amar o menino atencioso e gentil que Auggie é, pois “para conhecermos as pessoas, temos de vê-las”, muito além do que queremos saber.
"Não pode ser igual aos outros se nasceu para se destacar!" -Via
Aspectos Gerais
O filme não desvia da mensagem principal e necessária, impressa no livro dentro dos preceitos do Sr. Browne (Daveed Diggs -como eu adorei a representação dele!), ainda mais batendo forte na divulgação: “Escolha ser gentil”(do preceito: “Quando tiver de escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil”). E não tem nada melhor do que essa frase, tanto é que incentivou a campanha antibullying da autora! Muito a refletir e o contexto consegue trazer à tona. A história de August nos mostra que não é uma realidade única, mesmo que não seja sempre que o encontramos por aí, mas, com certeza, enfrentamos ou presenciamos situações que ele enfrentou com dignidade, certa leveza ao modo de encarar e muita força, me deixando muito admirada e inspirada. Sim, um exemplo e tanto, daqueles que já queremos sair seguindo! Como disseram da produção, um filme para sair melhor do que se entrou na sala de cinema. Motivação para mudar, acreditar e praticar!
Tenho de confessar que me lembrava muito pouco do livro, os detalhes, tanto é que me recordo mais do que estava ao entorno de August do que de Via ou Miranda, por exemplo. Confesso que Via me chamou atenção e Justin (Nadji Jeter) conseguiu me encantar com facilidade, pois se a tivesse como personagem principal, teríamos um tema de ensino médio muito atípico e conquistador. Mas, em questão dos personagens envolvendo somente Auggie, o próprio tem uma interpretação adorável, segurando bem o papel que lhe foi empenhado. Mas quem me surpreendeu mesmo e que carrega essa espécie de surpresa, foi o ator , que interpreta Jack Will, ele explodia na tela com todo carisma, me fascinando. Além de, claro, Sr Browne que eu já gostava muito no livro, entretanto quem me deslumbrou com sua fofura foi a Summer (Millie Davis), toda tímida, estilosa e atenciosa. Atuações simpáticas e maduras e, claro, muito naturais.
O filme sustenta bem a temática familiar, ainda que em alguns momentos me sentisse assistindo um filme estrito para o público infantil, mas que não restringia a faixa etária do expectador. Muito boa a forma como incluíram os pontos de vistas expressos no livro para o filme, com um trabalho de edição incrível! Incluindo trilhas sonoras e as fortes referências ao decorrer do longa, como já mencionado, Star Wars (George Lucas) e Space Odity (David Bowie), todos muito a ver com a paixão de Auggie pelo espaço.

"É porque eu sou sua mãe que importa o que eu digo. Porque eu conheço você muito melhor." -Isabel

E aí, já assistiu à Extraordinário? Ou já leu? Nos conte pelos comentários aqui do blog ou em nossa página do Facebook! Compartilhe sua visão do filme, nos permitindo admirá-lo por outros óculos.
Um ótimo começo de ano para todos e que 2018 seja motivado de muitas coisas boas, filmes que abram nossos olhos e nos façam refletir. Que sejamos gentis!
Até a próxima olhada!
*Fotos por Dale Robinette
*Fotos por Dale Robinette
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